Na hora de fazer o cadastro no Ello, você se
sente sozinho. O design é minimalista e não é possível importar amigos do
Facebook ou do Twitter: é preciso começar do zero. Mesmo assim, muitas pessoas
estão entrando na rede social. Segundo o fundador da plataforma, Paul Budnitz,
são milhares de cadastros por hora.
Mas se cadastrar não é algo tão simples.
Assim como nos primórdios do finado Orkut, para entrar no Ello você precisa de
uma indicação de um usuário já existente. De acordo com dados da própria
plataforma, 30 mil são enviadas por hora. Convites estão até sendo vendidos no
Ebay, e o preço pode chegar a 100 dólares.
Pode ser apenas curiosidade - ou
insatisfação com as redes sociais existentes e a maneira como lidam com questões
como a privacidade. O Ello se declarou uma zona livre de anúncios e que não
vende dados de seus usuários para terceiros. A plataforma também promete que
seus membros só precisam revelar o que realmente querem.
Não é diferente de outros serviços de publicação
de mensagens, que podem ser usados para compartilhar textos, fotos e links. Não
é possível enviar mensagens privadas, visualizar links ou procurar por assuntos
específicos. A plataforma também não está disponível como aplicativo.
Outras desvantagens estão na longa lista de
recursos que ainda estão em desenvolvimento.
O minimalismo do layout diferencia a plataforma de outras redes sociais.
Branco, cinza e preto são as cores dominantes. Existe uma grande quantidade de
espaço vazio na tela. E os ícones são pequenos e despretensiosos. Alguns podem
até achar o site elegante. Para outros, o design pode parecer pouco original.
Mas as críticas ao Ello vão além de suas
funções. A firma de capital de risco Fresh Tracks investiu 435 mil dólares no
site, de acordo com o ativista online Aral Balkan. Um sinal, segundo ele, de
que o Ello planeja vender sua rede e os dados de seus usuários num longo prazo.
"Quando você pega capital de risco, a questão não é se você vai ou não
vender seus usuários, você já o fez. Isso se chama plano de fuga", explica
o ativista em seu blog.
A porta-voz do Ello descreve de outra
maneira o modelo de negócios da empresa. "As principais funções do Ello
serão sempre gratuitas", diz Fukaya. "Por uma pequena quantia, vamos
vender funções especiais que alguns usuários podem querem acrescentar em sua
conta. Milhares de pessoas estão escrevendo para solicitar essas funções, e
eles estão dispostos a pagar. É uma maneira de apoiar uma rede sem
anúncios".
Autoria Michael Münz (mas)
http://www.cartacapital.com.br/sociedade/rede-social-ello-quer-ser-alternativa-ao-facebook-7070.html
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